quarta-feira, setembro 26, 2007

gibreel

A minha mania de datar os livros que vou comprando diz-me que comprei Os versículos satânicos em 1991.
A minha memória diz-me que já li as primeiras páginas pelo menos três vezes. Este Verão levei-o para férias e consegui ultrapassar o primeiro capítulo e seguir entusiasmada até ao final da primeira parte. Apesar das areias que se enfiavam entre as páginas e do sol que destruía a cola seca e ia fazendo as páginas separarem-se à medida que iam sendo lidas.
Começa a segunda parte, e mais uma vez, não consigo passar do primeiro capítulo. Emperro, paro, recomeço, esqueço, leio e releio e não vejo o fio da escrita, não reconheço os nomes, baralho as personagens.
A., um dia destes ensinas-me a gostar de Salman Rushdie?

segunda-feira, setembro 24, 2007

a week's review

O concerto ficou aquém das expectativas, nem uma ou outra música mais aguerridas me conseguíram arrancar sorrisos de satisfação e matar saudades de sons de outros discos.

A formação, cansativa, mais do mesmo, por outras vozes, com outra assistência, mais páginas cheias de exemplos, comparações, incertezas. Repete-se à razão de um dia por semana até ao fim do próximo mês. Relembro-me de como detesto refeições em grupo, buffets, apresentações e conversa pretensamente informal sem sair do tom formal entre perfeitos desconhecidos.

O cinzento mudou-se cá para casa mais uma vez, como que a provocar-me, a mostrar-me a sua superioridade e a minha incapacidade de o afastar, de o fechar lá fora de uma vez por todas. Até que, no cinema, ultimatos a identidades desconhecidas, perseguições, fugas e ameaças o assustam e o levam embora.

Por entre o último episódio da 2ª e o primeiro da terceira temporada, sigo a sugestão e preparo um rápido jantar delicioso, com variantes à medida do conteúdo do meu frigorífico.

Sábado delicioso, manhã, tarde, noite, domingo que chega com a festa do ruço, segundo pai, a cheirar a despedida para terras mais quentes. Dois novos acessórios com design exclusivo da priminha da Manteiga Voadora, cadeira que se desmancha debaixo de mim e deixa arranhões nas costas para não me deixar esquecer. Parabéns cantados, conversas mais em dia, vontade de outros encontros e medo de mais uma semana que se aproxima.

palma

Ao fim de muitos anos comprei um novo de originais do Jorge Palma e estou a saboreá-lo com calma. As letras são fortes, o som maravilhoso como sempre, canções faladas ao coração.

terça-feira, setembro 18, 2007

countdown

self-esteem

Gosto de gatos, da sua independência, do despudor com que se atiram contra as nossas pernas quando querem mimos e nos saltam para o colo ou então, de pata em riste, unhas à mostra a afastar-nos para longe se lhes interrompemos a soneca ou lhes contrariamos a vontade.

Como se se colocassem no centro do universo e deixassem os donos gravitar à sua volta.

segunda-feira, setembro 17, 2007

in need

Ando com fome de livros, de horas perdidas no sofá na companhia de páginas de histórias de outros dias e outras gentes.
Ando com necessidade de uma história que me agarre, me envolva, me transporte para dentro dela, que me deixe dela participar como figurante sempre que abro o livro e passo os olhos nas páginas.
Com personagens fortes, vidas com vida, amores e desilusões.

?

Your blog post published successfully!

Blog anzeigen (in einem neuen Fenster)

Need to change it? Edit post | Create a new post

O meu blogger está bilingue.


attraction


Por vezes olho em volta e tento imaginar que regras ditam a atracção, o que faz este ou aquele homem desejar aquela mulher, o que atrai aquele homem àquela mulher.

Fisicamente, a olho nu, penso em sentidos de estética, em predilecção por esta ou aquela característica, em semelhanças e em opostos. Mas, quando se conhecem ambos para além do físico, dou por mim a pensar se, na intimidade, os comportamentos serão os mesmos que em público, e vice-versa.

O que pesa mais na balança de cada cada um deles, delas, de cada um de nós. O que procuramos, afinal? De que precisamos realmente? Por quem esperamos?

back to reality

As minhas colegas de trabalho regressaram hoje: uma, das férias, a outra da licença de maternidade.
É impressionante a quantidade de coisinhas que se passam no dia a dia, que resolvemos e imediatamente esquecemos, mas que, quando contadas, se tornam num dia de reuniões informais, fofocas, decisões e previsões.

table for 9

Muita confusão, conversas cruzadas, português de Portugal e português do Brasil, procissão na rua, visita guiada à casa e uma planta nova para a janela da cozinha.
Apesar de tudo, penso que correu bem.

sábado, setembro 15, 2007

@ gym

Há muito tempo que não ia ao ginásio ao sábado ao fim do dia, já quase não me lembrava de como sabe bem não haver quase ninguém na sala, a música, um filme qualquer na tv, o treino todo seguido, nas calmas, terminar nos últimos minutos de funcionamento, com a sensação de dever cumprido.
Inspirar fundo, esticar, alongar todos os músculos e sorrir ao resto do dia.

(photo: berenika)

sexta-feira, setembro 14, 2007

books

Delicio-me com crónicas, ao deitar, de leitura curta, estanques, que me fazem pensar, que me ocupam os dedos, os olhos, o coração antes de adormecer.
Trazem-me sorrisos e marejam-me os olhos, por vezes, como se adivinhassem o meu estado de espírito.

quarta-feira, setembro 12, 2007

not the day

Definitivamente, hoje não é dia! Tudo o que menos me apetecia era agora ir para uma reunião interminável e maçadora.
Normalmente estou por cá enfiada, feito rato de biblioteca, mas, hoje, of all days, tinha logo que haver uma saída!

terça-feira, setembro 11, 2007

indiference

Lá no meu prédio há pequenas coisas que estão a funcionar mal e que têm que ser reparadas. Hoje peguei no telefone e liguei para a empresa de condomínio, o que, constato, já deveria ter feito há mais tempo. O responsável do lado de lá demonstrou desconhecimento da situação. Será que ainda ninguém tinha reparado que a porta de entrada não abre bem e que o portão da garagem anda meio maluco há mais de um mês? Ou será que todos pensaram, como eu, que alguém haveria de ligar a reclamar? Ou será ainda que ninguém se importa?

Isto de morar em "comunidade" é muito novo para mim, habituada que estava a morar numa casa, em que os problemas se resolviam entre nós no momento em que eram detectados, agora vejo-me num mundo em que os elementos comuns são uma zona de ninguém em que todos mandam e ninguém quer saber. Farto-me das reuniões de condomínio inúteis, em que nada se decide, e a anarquia vai continuando.

O pior é quando interfere directamente com o meu bem estar e, se há coisas que consigo alterar, há outras que não dependem só de mim.

diet killers

Precisa-se de truque, motivação ou mesmo equipamento de restrição efectiva que me permita deixar de comer porcarias depois de um saudável jantar, enquanto estou no sofá a ver tv.
Quase me dá vontade de atirar tudo o que tenha mais de 40cal por 100g pela janela fora.

segunda-feira, setembro 10, 2007

gat raval

Depois do avião, finalmente temos cama. Não estava fácil...

glasses

Sinto-me como se olhasse o mundo através de uma lupa, colocada bem próximo dos meus olhos para assim lhes permitir ver o mundo com menos sombras e reconhecer pessoas e lugares.
Habituada à lupa apenas no escuro da noite entre a cama e a casa de banho ou enterrada no sofá, já tarde, a ler as últimas páginas ou a ver mais uns minutos de televisão, o excesso de luz que inunda os dias confunde-me, assim como a luz do escritório que, hoje, me parece muito, muito mais.

A minha vontade de bem ver leva-me a abandoná-la e voltar aos pedacinhos de gelatina que habitualmente moram dentro dos meus olhos, agora que me preparo para conduzir. Espero que desta vez, não sejam rejeitados e possa devolver a lupa ao seu sossego na gaveta e ao regime de trabalho em horário nocturno, bem reduzido.

sexta-feira, setembro 07, 2007

goals

Tenho-me esforçado por conter as minhas frustrações, por manter o espírito positivo e por estar em paz, comigo e com os outros. Como se esta fosse a resolução mais importante de ano novo a meio do ano, a meta a atingir.

Duas semanas de treino ajudaram em muito, mas a verdadeira prova está cada vez mais próximo.

small talk

(olhando em volta)
- A viviane vive aqui sozinha?
- Sim, claro...
- Ah, mulher de coragem. Viver sozinha às vezes pode não ser bom...
- Mas é!
(sorri, pouco convencido)
(sorrio, muito convencida, a convencer-me, convencida, ...)

pesto

Simplesmente adoro esparguete com pesto. Ontem, por entre as compras lá para casa trouxe do supermercado um frasquinho do delicioso molho e não resisti enquanto não experimentei.

Notes to self:
- no restaurante é bem melhor;
- da próxima vez usar menos pesto (ou mais pasta hehe);
- não esquecer pinhões;
- juntar queijo parmesão;
- ainda hei-de experimentar fazer eu o pesto em casa!

quinta-feira, setembro 06, 2007

Lobo Antunes

Dizem-me que não é uma pessoa simpática. Já imaginava, dos livros e crónicas que li, das entrevistas que dá, pelo menos à primeira vista.
Não afecta a paixão que tenho por ele, pelo que escreve, pelas histórias que conta e mistura, pelas que deixa só entrever. Pelo espírito de trabalho, da profissão de escritor, horas e horas por dia, em letra miudinha.
Dizem-me que está muito doente, e dói-me.

writing in caps

Não gosto, tenho até alguma aversão a títulos, nomes, textos escritos em maiúsculas apenas.
O meu primeiro instinto é chegar lá e corrigir tudo: 1ª letra em maiúsculo, as seguintes em minúsculo.
Na escrita privada, por vontade minha, escrevia sempre em minúsculas.
Mas com pontuação, sempre.

terça-feira, setembro 04, 2007

couch insights

Gostava de ter mais memórias de infância para contar, mais situações, mais amores ou ódios, registos de pessoas a brincadeiras, mas tenho poucas.
Às vezes parece que não as vivi, que se tratam de cenas de um filme de que não me lembro muito bem, só de pequenos excertos, um encadeado no outro e o outro no seguinte.
Como se fosse preciso encontrar a cadeia, descobrir o fio por onde puxar a meada.

i want my holidays back

Vim de férias com ritmo de livros e de leituras, com dependências de mimos, companhia, com hábitos de rotinas sem horas mas, agora, à medida que aumenta a distância dos dias de férias passadas, voltam as velhas rotinas, perdem-se hábitos saudáveis e retoma o emprego, as listas dos afazeres, a conjugação de horários e projectos, faltam horas, faltam minutos para nada fazer.

segunda-feira, setembro 03, 2007

thinking of you

Little boxes on the hillside,
Little boxes made of ticky-tacky,
Little boxes, little boxes,
Little boxes, all the same.
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.

soya milk

Ontem finalmente decidi-me a abrir o pacote azul que morou durante mais de um mês no meu armário e se tinha mudado há uma semana atrás para o frigorífico.
Cheia de coragem, enchi um copo cheio e levei-o comigo para o sofá para ver a rainha. A medo, lá provei o líquido beje e não reconheci o tão familiar sabor do leite, mas mais um travo a planta, um adocicado difícil de descrever.
Sinceramente, não desgostei. A ver como ficará quente, com ou sem café, com flocos ou batido com frutas.

magnolia on my mind

One is the loneliest number
Much much worse than two
One is a number divided by two (that's easy)
Two divided by one is decided
To bring down the curtain,
then one thing's for certain,
there's nothing to keep them together.