quarta-feira, abril 11, 2007

cramps

Prende-se-me o pé, o músculo duro, obriga-me a empinar os dedos, a alongar o gémeo e a esperar que passe.
Noutras noites o músculo que se prendia era na coxa, no interior da dela, e acordava-nos, primeiro a ele, depois a mim, que ensonada ia também ajudar a massajar e acalmar o choro, a caminhar a ver se passava.
Mas não passava, não passava logo, ficava o eco do choro na minha cabeça o resto da noite e do dia seguinte, e o cheiro do spray no quarto, no corredor, no meu nariz.
Não é possível esquecer.

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