Fazemos quase todas as refeições juntos, almoços, sempre, jantares, agora menos, mas muitos à mesma, sempre com tv ligada. Comentam-se as notícias, o que se passa no mundo, as fofocas dos programas da manhã e as repetições sem fim dos noticiários televisivos. São muitas vezes estes pequenos momentos que me mantêm informada do que se passa no mundo, na política e na guerra. Querendo, vou procurar mais, caso contrário ficam as conversas, os apontamentos que me permitem manter um alheamento das desgraças do mundo que propositadamente prezo.
Quando nos encontramos sem televisão custam-nos as palavras, poupámo-las como se fossem tesouros preciosos, escolhemos assuntos com a mesma dificuldade com que se encontra uma pepita de ouro num rio, falamos dos outros, de nós pouco, das dores e da falta de cura, dos preços e da comida.
Depois quando vem a comida, calámos, saboreamos cada garfada como se fosse o ouro do silêncio até que se acabe a comida e voltem as palavras a encher-nos menos a boca.
Quando me mudei para a minha casa não quis televisão na cozinha. Nem no quarto.
Quando nos encontramos sem televisão custam-nos as palavras, poupámo-las como se fossem tesouros preciosos, escolhemos assuntos com a mesma dificuldade com que se encontra uma pepita de ouro num rio, falamos dos outros, de nós pouco, das dores e da falta de cura, dos preços e da comida.
Depois quando vem a comida, calámos, saboreamos cada garfada como se fosse o ouro do silêncio até que se acabe a comida e voltem as palavras a encher-nos menos a boca.
Quando me mudei para a minha casa não quis televisão na cozinha. Nem no quarto.
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